A expansão baiana ocupou os "sertões de dentro", no atual estado da Bahia. Atravessando o Rio São Francisco, povoou sua margem esquerda, que então pertencia à capitania de Pernambuco, atingiu a Bacia do Parnaíba, desbravou o sul dos atuais estados do Piauí e do Maranhão, atingindo o Ceará.
A expansão pernambucana conquistou os "sertões de fora", ou seja, o litoral da Paraíba e do Rio Grande do Norte, e depois o interior, chegando também ao Ceará.
No Ceará fundiram-se as duas correntes de povoamento: a baiana e a pernambucana.
Em fins do século XVII, o sertão do Nordeste, da Bahia ao Maranhão, estava desbravado e ocupado pelas fazendas de gado. A população era pequena, mas distribuída de modo mais ou menos contínuo, concentrando-se ao longo dos rios.
A região do vale do Rio São Francisco ofereceu as melhores condições naturais para a expansão pastoril. A existência de barreiros de sal, depósitos de sal, foi fator determinante para a fixação do gado na região. A criação estabeleceu-se aí de tal modo que o São Francisco passou a ser conhecido como o "rio dos currais".
A penetração do gado pelos sertões nem sempre ocorreu pacificamente. Na Bahia, um grande levante de índios obrigou o governo-geral a pedir ajuda aos bandeirantes paulistas. Estes sertanistas de contrato, acostumados ao apresamento do índio, depois transformaram-se em fazendeiros de gado, como foi o caso de Domingos Jorge Velho.
O historiador Capistrano de Abreu diz, em seu livro Capítulos de História Colonial, que "muitos dos paulistas não tornaram mais a São Paulo e preferiram a vida de grandes proprietários nas terras adquiridas por suas armas... Ainda antes do descobrimento das minas, sabemos que nas ribeiras do Rio das Velhas e do São Francisco havia mais de cem famílias paulistas entregues à criação de gado".
Os contatos entre o sertão e o litoral tornaram-se esporádicos, ocorrendo apenas em determinadas épocas do ano, por ocasião das feiras de gado. As feiras reuniam criadores e comerciantes e deram origem a núcleos de povoamento, como Feira de Santana, na Bahia, Pastos Bons, no Maranhão, e Vila da Mocha, atual Oeiras, no Piauí.