Ao final de 1770 e início de 1780, Minas Gerais possuía uma sociedade com grande potencial de riqueza. Entretanto, encontrava-se empobrecida. O surto do ouro criou um mercado interno para produtos até então apenas exportados. Foi também instalado um tipo especial de propriedade territorial que combinava o engenho de açúcar com a mina de ouro, ou esta com a pecuária. Mesmo assim, os colonos não conseguiam superar os problemas advindos do esgotamento do ouro aluvial.
Nessa época, a população da capitania das Minas Gerais, excluídos os índios, era superior a 300 mil habitantes. Ela representava 20% do total de habitantes da América portuguesa e constituía a maior concentração populacional da colônia. Os escravos eram a maioria, e o restante dividia-se, com equilíbrio, entre brancos e pardos. A sociedade mineradora, eminentemente urbana, segundo o historiador Kenneth Maxwell, compunha "um complicado mosaico de grupos e raças, de novos imigrantes brancos e de segunda e terceira gerações de americanos natos, de novos escravos e de escravos nascidos em cativeiros".
Os grandes proprietários negociavam e moravam nas cidades, não se isolando no interior de suas terras. Essa situação provocava uma maior elasticidade social e política. Minas foi a primeira região do Brasil onde os mulatos puderam ocupar cargos burocráticos. Entretanto, o preconceito racial existia.
Insatisfeitas com a aparente mobilidade social, as autoridades do governo adotaram medidas restritivas, como a de proibir o acesso de negros e mulatos às igrejas, irmandades e ordens dos brancos, fazendo com que aqueles fundassem suas próprias irmandades. Estabeleceu-se, então, uma nítida divisão social em Minas Gerais: mulatos e negros escravos de um lado, brancos e ricos de outro.