As lutas de caráter político nascidas no Período Regencial começariam a se esgotar com o fim da Farroupilha, em 1845. Entretanto, esse ciclo de movimentos provinciais só foi encerrado quando a Revolta Praieira foi sufocada.
Desde 1840, dois partidos políticos revezavam-se no poder: Liberal e Conservador. Vitoriosos nas eleições do ano de 1841, os liberais voltaram ao governo. Entretanto, permaneceram por pouco tempo. Foram sucedidos pelos conservadores, que mantiveram-se no poder de 1841 a 1844. Após novas eleições, os liberais retornaram, formando novamente o ministério. Tomaram várias medidas, entre as quais a adoção do protecionismo alfandegário por meio da Tarifa Alves Branco (1844); reforma para elevar o censo eleitoral, diminuindo o número de eleitores (1846); criação do cargo de presidente do Conselho de Ministros (1847). Esta última facilitaria a prática parlamentarista, contribuindo para o poder do ministério e, consequentemente, da autoridade do governo do Estado imperial.
Em 1848, a saída dos liberais do governo provocaria a eclosão da Praieira na província de Pernambuco. Aquele ano foi agitado por uma série de fatos ocorridos na Europa e que influenciaram os acontecimentos no Brasil. A Revolução de Fevereiro na França trouxera perspectivas de uma vida melhor, vista como a "primavera dos povos". O político e jornalista José Tomás Nabuco de Araújo registrara que "a proclamação da República na França havia agitado o nosso mundo político em suas profundezas". Esse ano marcante assinalara o encontro de ideias liberais com as ideias socialistas – de autores franceses como Proudhon, Fourier e do inglês Owen.