A Imprensa Régia foi criada em 13 de maio de 1808, dia do aniversário do príncipe regente D. João (1767-1826). Nela foi editado o primeiro jornal da colônia americana: a Gazeta do Rio de Janeiro. O periódico possibilitou a circulação de notícias, embora restritas, por ser um veículo usado para expandir a imagem que convinha à Casa de Bragança (Família de Bragança). A publicação indicava, também, onde adquirir gêneros que atendessem ao paladar daqueles que migraram para os trópicos: pães de diversos tipos, vinhos variados, salames italianos, presuntos portugueses.
Nas quatro páginas, nenhuma reclamação em tintas mais fortes: o Brasil era tratado como um paraíso terrestre. A publicação falava, por exemplo, sobre os príncipes europeus, ou registrava louvores sobre os membros da família real portuguesa. Até 1814, publicaria informações sobre o andamento da guerra que acontecia na Europa, realçando as vitórias contra Napoleão Bonaparte (1769-1821).
É importante registrar que o fim da proibição da existência de gráficas não significava liberdade de imprensa. Segundo o documento que estabelecia a Imprensa Régia, uma junta formada por três autoridades era encarregada de “examinar os papéis e livros que se mandasse publicar e fiscalizar que nada se imprimisse contra a religião, o governo e os bons costumes”. De acordo com o historiador Ilmar Rohloff de Mattos, “o ato que criava a imprensa na colônia criava, também, a censura. A aplicação da censura aos livros fez com que houvesse, nessa época, um intenso contrabando de publicações para abastecer a elite letrada da corte”.
Os jornais de oposição não eram impressos no Brasil. O Correio Braziliense, também chamado de Armazém Literário, por Hipólito José da Costa (1774-1823), e “jornal independente”, segundo o historiador Bóris Fausto, circulou entre 1808 e 1822, e era editado em Londres. Nele foram publicadas críticas severas ao governo de D. João.