4 Fazenda Santa Genebra Sao Paulo 1880 t
Fazenda Santa Genebra. Os terreirões de secagem de café nas proximidades da sede, da tulha e da casa de máquinas eram típicos do empreendimento cafeeiro. In: Engenhos e Fazendas de Café em Campinas (Séc. XVIII - Séc XX). Uso amparado pela Lei 9619/98 

Inúmeros fatores proporcionaram o crescimento acentuado do setor cafeeiro no Oeste Paulista. Existia grande disponibilidade de terras pouco exploradas, especialmente na região do Rio Paraná, na divisa com Mato Grosso.

Essa região de planalto possuía um terreno com inclinações suaves, adequado à prática agrícola. Além do clima temperado favorável, ali se encontrava a terra roxa, de alta produtividade. O nome da terra foi dado pelos imigrantes italianos, que chamavam de "rossa" (vermelha), em sua língua natal, daí roxa.

A existência de excedente de capital oriundo dos negócios da exportação do açúcar e do algodão também contribuiu muito para o crescimento do Novo Oeste, já que o investimento cafeeiro inicial foi realizado, em grande parte, sem empréstimos. Desse capital também vieram as máquinas de beneficiamento, como o despolpador, que promoveu uma verdadeira revolução na técnica de descascamento dos grãos.

Em 1868 surgiria a Companhia Paulista de Estradas de Ferro, empresa financiada com capitais dos fazendeiros do Novo Oeste. A construção das linhas férreas vinculava-se ao êxito da empresa cafeeira, já que o Porto do Rio de Janeiro, que escoava a produção, era distante. Assim, surgiram várias estradas de ferro, como a que ligava Campinas a Jundiaí, obra da Companhia Paulista de Estradas de Ferro (a "Paulista"), sem qualquer financiamento do Estado imperial ou de empresas estrangeiras. Sertão adentro, acompanhando o café, iam sendo criadas cada vez mais ferrovias, como a Sorocabana (1871), a Mogiana e a Ituana (1872).

1 Primeira locomotiva t
A primeira locomotiva da Companhia Paulista de Estrada de Ferro (CPTF). Era comum que suas estações se localizassem dentro das fazendas de café. Domínio público, acervo da CPTF

Outras condições externas vieram facilitar o crescimento da região do Novo Oeste Paulista. Uma praga destruiu os extensos cafezais do Ceilão, então possessão inglesa. Os Estados Unidos da América, por sua vez, suprimiram as taxas de importação do café. Isso ocorrera porque, após a independência (1776), os americanos substituíram o chá preto, importado da Inglaterra, pelo café. Como Cuba, principal fornecedor, estava em guerra para libertar-se do domínio espanhol, os americanos passaram a comprar café do Brasil.