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A repressão à revolução pelas tropas de D. João VI foi extremamente violenta. Óleo sobre tela de Antonio Parreiras, século XX. Domínio público 

Procurando apoio ao seu movimento, os líderes revolucionários contataram, sem sucesso, os Estados Unidos, a Argentina e a Inglaterra. Junto a esta última tentaram obter, em vão, a adesão do jornalista Hipólito José da Costa, lá radicado.

Quando a notícia sobre a revolução chegou ao Rio de Janeiro, D. João promoveu uma violenta repressão, buscando evitar, de qualquer modo, a ameaça à união do império. Os revoltosos entraram pelo sertão nordestino, mas, logo em seguida, as tropas enviadas por D. João, acrescidas das forças organizadas pelos comerciantes portugueses e proprietários rurais, ocuparam Recife, em maio de 1817.

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Este mapa foi publicado em Londres, em 1828, sem a atualização dos limites de Pernambuco, que, em 1817, perdeu a Comarca das Alagoas, que lutou contra os revoltosos. Em 1824, Pernambuco voltaria a perder território. Domínio público

Os governos da Bahia e do Ceará também reagiram à revolução, prendendo os revoltosos que para lá se dirigiram buscando adesão ao movimento. A luta durou mais de dois meses, até as forças governistas conseguirem derrotar os revoltosos. A repressão foi extremamente violenta. Muitos dos líderes receberam a pena de morte, como Domingos José Martins, José Luís de Mendonça, Domingos Teotônio Jorge e os padres Miguelinho e Pedro de Sousa Tenório.

Para o governo português, a punição deveria ser exemplar, para desestimular movimentos similares. Depois de mortos, os réus tiveram suas mãos cortadas e as cabeças decepadas. Os restos dos cadáveres foram arrastados por cavalos até o cemitério. Em 1818, por ocasião da aclamação do rei D. João VI, foram ordenados o encerramento da devassa, a suspensão de novas prisões e a libertação dos prisioneiros sem culpa formada.

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A negociação da rendição do líder revolucionário José Peregrino Xavier de Carvalho, que, embora tenha se entregado, foi fuzilado e esquartejado. Óleo sobre tela (4 x 2,09 m) de Antonio Parreiras, 1918. Domínio público, Palácio da Redenção, Paraíba

Continuaram, entretanto, presos na Bahia os implicados que já se encontravam sob processo, e assim permaneceram até 1821, quando foram postos em liberdade. Entre eles estavam o ex-ouvidor de Olinda, Antônio Carlos Ribeiro de Andrada Machado e Silva, os padres Joaquim do Amor Divino Rabelo – o Frei Caneca – e Francisco Muniz Tavares.