Em 1763, por determinação de D. José I (1714-1777), sucessor de D. João V (1689-1750), o eixo do poder metropolitano deslocou-se da cidade de Salvador para São Sebastião do Rio de Janeiro.
O novo monarca, assim que assumiu o trono, em 1750, indicou Sebastião José de Carvalho e Melo (1699-1782) para o cargo de Secretário de Estado, confiando que o futuro Marquês de Pombal tomaria medidas importantes, necessárias a Portugal naquele momento. Mesmo enfrentando discordâncias por parte de setores importantes da Corte, Carvalho e Melo envidou esforços para reerguer e reorganizar o enfraquecido Reino.
Nesse período, a miragem de uma riqueza inesgotável, oriunda das jazidas americanas, caía por terra, diante do esgotamento das minas. Buscando soluções, a administração pombalina incentivou a agricultura, o comércio, a navegação e o desenvolvimento da manufatura lusa. Eram tempos difíceis e o ministro enfrentaria, além dos problemas conhecidos, o dramático terremoto em Lisboa, ocorrido no ano de 1755.
Quanto ao Brasil, a Corte determinou a transferência da capital da colônia de Salvador para a de São Sebastião do Rio de Janeiro. A medida defenderia aquela que se tornara a porta de acesso à região das Minas Gerais e combateria o contrabando e os desvios de ouro e diamantes, no momento em que acontecia uma redução expressiva do recolhimento dos tributos sobre a extração dos metais e das pedras preciosas.
Além disso, a localização da nova sede na região da Baía de Guanabara era estratégica: facilitava o apoio militar às forças portuguesas nas lutas que aconteciam contra as tropas espanholas no litoral meridional, até então não efetivamente ocupado pela metrópole lusa. O primeiro vice-rei, D. Antônio Álvares da Cunha (1700-1791), administrador entre 1763 e 1767, e que consolidou politicamente a cidade no seu novo papel, iniciou o ciclo do Rio de Janeiro como sede do vice-reinado e moradia do vice-rei.