Além da adesão tanto dos liberais como dos conservadores à causa da maioridade, a campanha ganhou, ainda, o apoio dos palacianos, também conhecidos como áulicos, grupo ligado diretamente à corte e liderado pelo conservador Aureliano Coutinho. Esse grupo político ficou conhecido como Clube da Joana por reunir-se frequentemente na residência do mordomo da casa imperial, Paulo Barbosa da Silva, situada nas proximidades do Palácio da Boa Vista e perto do Rio Joana. Os palacianos exerciam grande influência sobre a família real e sobre o príncipe herdeiro, e sempre desejaram ver Pedro de Alcântara coroado.
Para os conservadores ou regressistas, a desordem reinante devia-se aos excessos de liberdade ocasionados pelo Ato Adicional e por outras medidas, como o Código do Processo Criminal de 1832. Pretendendo diminuir os poderes dados às assembleias provinciais, enviaram ao Legislativo a Lei Interpretativa do Ato Adicional, que, após três anos de discussões e debates, foi aprovada em 12 de maio de 1840.
Em abril de 1840, por proposta do senador José Martiniano de Alencar, pai do romancista José de Alencar, foi criada a Sociedade Promotora da Maioridade, originalmente uma sociedade secreta que logo se tornou pública, passando a se chamar apenas Clube da Maioridade. Antônio Carlos de Andrada, um dos líderes do Partido Progressista, foi escolhido presidente, aproximando-se cada vez mais dos palacianos.
Os regressistas ou conservadores procuraram cercar a proposta de antecipação com inúmeros cuidados, restaurando a mística da figura imperial, o protocolo e as pompas reais nas solenidades públicas. Foi restabelecido o beija-mão, saudação que simbolizava o reconhecimento do imperador por seus súditos. O próprio regente Araújo Lima, na Festa da Santa Cruz, à porta da igreja, inclinou-se ante o imperador, beijando-lhe a mão, fato que, segundo o conservador Justiniano José da Rocha, provocou "na cidade a exaltação em uns, a indignação em outros e a surpresa de todos".
A campanha pela antecipação ganhou a Câmara, o Senado e as praças. Manifestações populares em versos e em quadrinhas podiam ser ouvidas nos salões e nas ruas da cidade. Algumas a favor, como:
"Queremos Pedro II,
Ainda que não tenha idade.
A nação dispensa a lei.
Viva a Maioridade!"
Outras, nem tanto:
"Por subir Pedrinho ao trono,
Não fique o povo contente;
Não pode ser coisa boa
Servindo com a mesma gente."
No dia 21 de julho de 1840, os representantes do Partido Progressista ou Liberal, liderados por Antônio Carlos, apresentaram à Assembleia Geral um projeto de Declaração da Maioridade, antecipando o início do governo pessoal de D. Pedro II. O governo regencial, procurando ganhar tempo, tentou evitar a votação, adiando a abertura das sessões para novembro. Inconformados, os deputados, com o apoio do Senado, formaram uma comissão que foi ao Palácio da Boa Vista pedir ao jovem príncipe herdeiro que concordasse em assumir o governo.
Ele aceitou e, em 23 de julho de 1840, prestou juramento na Assembleia Geral: "Juro manter a religião católica apostólica romana, a integridade e indivisibilidade do Império, observar e fazer observar a Constituição política da nação brasileira, e mais leis do Império, e prover ao bem geral do Brasil, quanto em mim couber".
A antecipação da maioridade restabeleceu a paz no Império. A Regência foi extinta e o governo foi entregue a seu segundo imperador, D. Pedro II, que completaria 15 anos no dia 2 de dezembro.
A sagração e coroação de D. Pedro II foi marcada para 18 de julho de 1841. A cidade do Rio de Janeiro foi cuidadosamente embelezada para a cerimônia. Muitas obras foram realizadas com grandes gastos para os cofres públicos. As festas duraram muitos dias, encerrando-se no dia 24 de julho com um grande baile de gala no Paço da cidade.
Segundo o historiador Paulo Pereira de Castro, a maioridade não foi um golpe parlamentar, mas um golpe que contou com o consentimento do jovem príncipe. O movimento, liderado por Antônio Carlos de Andrada, transformou-se num golpe palaciano, que terminou com a queda dos conservadores e a volta dos liberais. No dizer de cronistas do Império, D. Pedro, ao ser consultado pela comissão dos maioristas sobre se queria assumir o trono quando completasse 15 anos, ou imediatamente, teria respondido: "Quero já!".