Durante a União Ibérica (1580-1640), que abrangeu os reinados dos espanhóis Filipe II, Filipe III e, em parte, o de Filipe IV, inúmeros acontecimentos envolveram Portugal e seus domínios, já então sob a autoridade de um rei espanhol.
Os três Filipes administraram um extenso império, considerado o mais poderoso da época, enfrentando várias dificuldades. Uma parte desses problemas referia-se ao mundo colonial, constantemente assediado pelas potências rivais: França, Inglaterra e Províncias Unidas, em especial a Holanda, a mais importante delas.
No caso da colônia americana de Portugal, temendo a presença de estrangeiros, em especial dos franceses responsáveis por constantes incursões no litoral, a política filipina orientou-se no sentido da defesa do território. Tinha como objetivos garantir a posse do território e ocupar a foz do Rio Amazonas, a fim de impedir o acesso de estrangeiros às minas de prata do Peru.
Interessados em escravizar os nativos; em tomar suas terras, transformando-as em canaviais; em impedir que estrangeiros, especialmente os franceses, fundassem núcleos coloniais produtores também de açúcar, colonizadores e colonos, apoiados por seus agregados, prosseguiam a expansão oficial. Partiam, agora, do litoral oriental (Bahia e Pernambuco) em direção ao litoral setentrional. Quase sempre eram acompanhados – e mesmo, em alguns casos, precedidos – por missionários empenhados na difusão da fé católica entre os nativos. A partir dessa ação ergueram-se fortes que representavam monumentos da conquista empreendida pelos colonizadores. Esta, por sua vez, consolidava-se através do povoamento.