O sentimento nacionalista expressou-se também no teatro. João Caetano apresentou, com sua companhia, a primeira peça de um autor brasileiro, Antonio José, de Gonçalves de Magalhães. No entanto, é Martins Pena, com suas comédias satirizando os costumes do momento, como O Juiz de Paz na Roça, Quem Casa Quer Casa e As Desgraças de uma Criança, que pode ser considerado o criador do teatro nacional, explorando as contradições do sistema social em peças que até hoje fazem sucesso.
Na pintura buscava-se igualmente uma temática nacional. Pintores procuraram recriar em seus quadros os grandes acontecimentos da nossa história, a natureza, o indígena e a vida dos brasileiros. A Academia Imperial de Belas Artes, criada em 1826, cresceu muito a partir do apoio financeiro e oficial que passou a receber. O próprio imperador fazia questão de proteger os artistas, distribuindo prêmios e bolsas para o exterior e participando frequentemente das exposições realizadas na Academia. O volume da produção artística dessa época foi muito significativo. A paisagem, a pintura histórica e o indígena idealizado foram transportados para telas como A Primeira Missa no Brasil, de Victor Meirelles, O Grito do Ipiranga, de Pedro Américo, Iracema, de José Maria de Medeiros, e O Último Tamoio, de Rodolfo Amoedo.
Nesse período, a música ouvida pela boa sociedade, como as óperas e as valsas, era feita na Europa. A preocupação em buscar uma identidade cultural nacional fez com que alguns compositores brasileiros procurassem criar uma música ligada a temas nacionais.
Carlos Gomes compôs várias óperas exaltando a brasilidade e o romantismo indianista. Apesar da influência claramente italiana, suas óperas foram cantadas em português, com temas bem nacionais. Em 1870, sua ópera O Guarani, inspirada no romance de mesmo nome, de José de Alencar, estreou no famoso Teatro Scala de Milão, contando com a presença de D. Pedro II, seu protetor e financiador.
A busca do "ser brasileiro" não ficou restrita às artes. Os historiadores procuravam também criar uma história do Brasil, destacando a nossa identidade cultural, as nossas características – como nos constituímos brasileiros –, enfim, a nossa memória. Nas ciências naturais, pesquisadores percorreram o interior, identificando e classificando espécies animais, vegetais e minerais, o que acabou por aumentar as informações sobre a fauna, a flora e o solo brasileiros.