Em 1530, com a intenção de realizar uma política de colonização efetiva, confirmando a posse das terras da América portuguesa como uma verdade indiscutível, D. João III (1502-1557) organizou uma expedição comandada por Martim Afonso de Sousa (1490/1500?-1571). A esquadra era composta por cinco embarcações bem armadas e aparelhadas, reunindo a bordo aproximadamente 400 pessoas – entre tripulantes e colonos.
A missão atribuída pelo monarca, chamado de O Colonizador, era clara: combater os piratas e contrabandistas, penetrar nas terras (na direção sul – Costa do Ouro e da Prata) para procurar metais preciosos e estabelecer núcleos de povoamento no litoral. Nesses locais, visando dar visibilidade à soberania, seriam fixados padrões esculpidos com as armas portuguesas: uma forma de o rei, apesar do oceano de distância, deixar claro quem era o dono daquelas terras.
No dizer do historiador Ilmar Rohloff de Mattos, iniciava-se “o povoamento do ‘grande desertão’, as terras brasileiras... Para isso, traziam ferramentas, sementes, mudas de plantas e animais domésticos”. A ideia era povoar para defender e consolidar o poder da Coroa nas terras da América portuguesa.
O governo de Portugal entendia que a assinatura dos acordos internacionais com países europeus não lhe assegurava efetivamente o domínio do novo território. Era preciso agir diante da cena europeia, antes que aventureiros ocupassem definitivamente as terras localizadas do outro lado do Atlântico. Defender era preciso. Povoar, mais ainda.