A base da economia do Período Regencial era o café e, para preservá-la, os regressistas, que defendiam o regime de produção latifundiário-escravista, criticavam a política do governo baseada nos princípios do liberalismo econômico. Opunham-se, dessa forma, aos tratados comerciais livre-cambistas, propondo sua substituição por tarifas alfandegárias mais elevadas, de acordo com os princípios protecionistas. Adotavam, assim, uma posição de enfrentamento à política inglesa de repressão ao tráfico negreiro intercontinental. Essa postura está ligada ao desenvolvimento da cultura cafeeira no país, uma vez que os cafezais estavam se espalhando rapidamente pelo Vale do Paraíba, fazendo a fortuna de fazendeiros e comissários de café e enriquecendo os cofres do Tesouro Imperial.
Esses fazendeiros eram aqueles novos colonos – e seus descendentes – que, com a vinda da família real para o Brasil, tinham se instalado nas proximidades da corte, onde ganharam sesmarias de D. João. Daí iniciaram um movimento de interiorização da colonização rumo às terras férteis da região de Serra Acima (Vale do Paraíba), estabelecendo o cultivo de diversos produtos agrícolas, entre os quais o café, com mudas doadas pelo próprio regente. Com o passar do tempo, abandonaram as demais culturas, passando a investir na plantação de café, tendo em vista as grandes possibilidades de lucro que ele oferecia. São esses homens que vão formar o grupo conhecido como os barões do café.
Os políticos regressistas tinham perfeita noção da importância do estabelecimento de alianças com o maior número de pessoas possível para a implementação de seu projeto. Defensores ferrenhos do regime escravista de produção, consideravam os barões do café os seus parceiros preferenciais, tornando-se seus porta-vozes no governo imperial. Esse grupo político – chamado Saquarema devido ao fato de um dos seus líderes, o Visconde de Itaboraí, possuir uma fazenda na localidade de Saquarema – vai, assim, ampliando seu espaço de atuação na cena política do país durante grande parte do governo pessoal de D. Pedro II.
A expansão cafeeira acarretou a expansão das grandes propriedades e, com elas, o predomínio das grandes famílias. Acima dos interesses político-partidários, os grandes proprietários colocavam os interesses econômicos. Daí foi constante, em todo o século XIX, a formação de poderosos laços criados pelos casamentos entre famílias proprietárias, que constituíam a "boa sociedade". Como aponta o historiador Ilmar Rohloff de Mattos, "laços tão poderosos que apagavam mesmo os já tênues limites provinciais, tendendo a transformar num único bloco o terreno por onde se espalhavam os cafezais fluminenses, paulistas e mineiros, em quase contiguidade com as áreas mais antigas de lavoura canavieira".
Outra estratégia utilizada por esse grupo era aliar-se, também por meio de casamentos, a jovens bacharéis de Direito, formados em Coimbra, Olinda ou São Paulo, que pretendiam ingressar na alta burocracia e no Parlamento e que, assim, se tornavam seus representantes políticos, lutando por seus direitos e suas pretensões.
Na década de 1830-1840, a exportação do café já representava mais de 40% das exportações totais do Império, suplantando todos os demais produtos, inclusive o açúcar. A província do Rio de Janeiro era a que mais se destacava nesse comércio, sendo a responsável pela produção de todo o café que saía do Brasil. O cultivo do café nas áreas próximas à corte fez com que mais da metade das exportações do país se desse pelo Porto do Rio de Janeiro, gerando um considerável aumento da importância econômica do Centro-Sul e ampliando as receitas do poder central, oriundas, em grande parte, das taxas alfandegárias. Nesse mesmo período, a produção do café em São Paulo atingia somente 25% da produção fluminense.
A crescente importância do café para a economia da província fluminense vai fazer com que as autoridades locais se preocupem com a necessidade da abertura, com melhorias dos caminhos utilizados pelos tropeiros para transportar as sacas de café até o Porto do Rio. Discursando na Assembleia Provincial do Rio de Janeiro, em 1836, o presidente da província, Joaquim José Rodrigo Torres, lembrava aos seus pares a importância de boas estradas para o escoamento do café: "Uma simples vista d'olhos sobre o mapa da província e o incremento que progressivamente vai tendo o mais valioso produto de nossa agricultura nos diferentes municípios de cima da Serra justificam esta escolha".
Outro importante aspecto ligado à expansão cafeeira no país diz respeito ao aumento do número de escravos, especialmente na província do Rio de Janeiro. Em 1840, a população escrava fluminense chegava a mais de 220 mil negros, sendo que em 1819 era de 145 mil.
Os políticos regressistas não escondiam o apoio à continuidade e mesmo à intensificação do tráfico negreiro, uma necessidade, segundo eles, para o desenvolvimento da economia do país. Um de seus principais líderes, o deputado Bernardo Pereira de Vasconcelos, em discurso no Parlamento, defendeu a manutenção da escravidão no país, afirmando que "a África civiliza". Ele pretendia demonstrar que o Império era uma nação civilizada, cuja economia baseava-se na agricultura de exportação, necessitando da mão de obra escrava. Assim justificavam-se a escravidão e seu comércio como forma de o Império brasileiro cumprir o seu destino. Para Vasconcelos, o Brasil era diferente da Inglaterra e dos demais países civilizados do Velho Mundo. Neles a realidade era outra: criticavam a escravidão porque já não necessitavam mais dela.
Essa ideia foi incorporada pela literatura da época. O escritor José de Alencar, em seu romance O Tronco do Ipê, descreve as comemorações dos escravos no terreiro da casa-grande do senhor, na época do Natal, e comenta, por meio de um de seus personagens, que duvidava que os trabalhadores de Londres fossem tão felizes e que tivessem condições de vida tão boas quanto os do Brasil.